quinta-feira, maio 21, 2009

Filosofando



















Hoje, apesar do sol, apesar do friozinho que tanto gosto, estou triste.
Morreu uma amiga dos tempos de colégio e que havia reencontrado no orkut.
Estranho ver ainda o perfil dela por lá e saber que não mais existe.
Estou sensível e choro por tudo. Choro pelo medo da morte que chega tão próxima, levando-me os que estão por perto.
Temor da morte é algo que todos têm, mas eu tenho um medo tão intenso que, muitas vezes, me impede de viver.
Muitas pessoas têm na religiosidade um consolo para a morte.
Eu não.
Faz algum tempo que não me encontro na minha religião.
Não creio em mais nada e isso me deixa sem perspectiva alguma, sem um lenitivo para meus temores.
Falo pro meu terapeuta, mas o que ele pode fazer em relação a isto?
Dizer que não somos eternos é me deixar mais apavorada ainda.
Falar que tenho (?) muitos anos à frente não me consola.
Afirmar que meus queridos ficarão um bom tempo comigo não me traz paz.
O que me deixaria tranquila então?
Nem eu mesma sei.
Trabalhar e seguir com a vida sem pensar na sua finitude. Viver como se fosse para sempre. Fazer planos, realizá-los e viver intensamente a família e os amigos.
Talvez sejam essas as atitudes que devo tomar para seguir adiante sem ficar em pânico.
Pensar na morte é morrer um pouco a cada pensamento.
O que me resta é ir em frente e levantar todos os dias, fazer os mesmos atos, conversar, lavar, cozinhar, escrever, varrer, beber, sorrir, chorar, amar, sentir fome, frio, calor, raiva... Ter amores, amigos, gostar do sol, da chuva é pensar que continuarei viva, embora diferente. Átomo que se transforma, mas não desaparece.
Assim dá pra pensar que serei eterna.
Hoje estou assim, filosofando.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amiga Odete: não temas a morte. Nós, humanos, nunca fomos, estamos apenas.
Somos, como dizem os budistas, uma "impermanência", uma inconstância.
Estamos, por momentos fugazes, seres humanos. Ser é uma condição permanente. Estar, algo provisório, passageiro.
Quanto à religião como consolo, perdoa-me a frnaqueza, é bobagem.
Enquanto viveres, consola-te com os teus amigos.
Sai do casulo, e vem nos visitar, em Ratones, chupar umas laranjas e bergamotas, que estão no ponto.
Liga-me com antecedência, porque não quero que venhas até a qui e não nos encontres. Minha mulher e meu filho vão gostar de te conhecer, tenho certeza. Convida o Zito, tua filha e netinha e vem pra cá.
Um beijão.

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